Sempre que o sol se retirar, Estenda-se sob a sacada a me esperar.
Assista o que há de mais insinuante,
o trabalho no canavial se dissipar.
Encanta-te com o meu olhar
apressado e provocador,
sonhe com o trote de meu cavalo,
que segue contínuo e rígido.
Entregue-se aos meus braços,
que sempre te reconfortaram.
Relembre nossas juras de amor,
Que de mim, jamais se esvaíram
Traga-me café, bolo e isqueiro.
Pinte tuas unhas de vermelho.
E de como tão desejado...
Implore-me para despir o seu manto.
Sinta-se energizada dos pés à cabeça,
com o tocar de meu corpo.
Presencie o manifesto do calor,
que aquece seu entorno.
Ande depressa, vem logo
Que a nostalgia desse amor
Conturbado e mal acabado, me corrói
Junto aos devaneios e sereno da quente madrugada.
Ana Lima
(Foto do espetáculo: La Casa de Bernarda Alba, direção de Jorge Farjalla)