sábado, 10 de julho de 2010

Fome nada convencional

Assim era todo café da manhã, almoço e jantar.
Refeições repletas de ansiedade, melancolia, desespero e até pode notar-se um restinho de amor mal cuidado.
Junto a toda depressão, dinheiro ali também faltava.
Fome que não se compra. Fome que não se mata com arroz e feijão.
Como criança obrigada a comer couve e quiabo, ela ingeria seus própios desconcertos.
E esperava ansiosamente pela sobremesa.
Sobremesa, recompensa ou alívio? O garçom não servia.
E só uma frase ecoava: "Mamãe, eu quero bala!".

Ana Lima

Um comentário:

Paula Albuquerque disse...

muuito bom, gostei de ver !